terça-feira, 5 de junho de 2012
O Passe
SEF – Sociedade Espírita Fraternidade
Estudo Teórico-prático da Doutrina Espírita
Ä Introdução: A Sublime doação.
“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isto te dou. Em nome
de Jesus-Cristo, o Nazareno levanta-te e anda”. (Atos, 3:6.).
À porta do templo, chamado Formosa, o Apóstolo Pedro e o deficiente físico.
Entre ambos um momento de expectativa.
Da alma cansada e sofrida – que espera.
Da alma plena de fé e estuante de amor – que doa.
Não há indagação nem hesitações.
Apenas a sublime doação.
Eis aí o significado profundamente belo e sublimado do passe:
A doação de alma para alma.
(estuante - adj. 2 gên. Que estua; ardente; febril; agitado. (Do lat. aestuante.))
“É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolverse por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos
(g.n.), essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional”. (Allan
Kardec – A Gênese, Cap. XIV, item 34).
Ä Definições e menções não espíritas com relação ao Passe:
Preliminarmente, analisaremos algumas definições e menções (menção - s. f.
Referência; alusão; tenção; registro; gesto de quem se dispõe a praticar um ato. (Do lat. mentione.)
não espíritas com relação aos passes, para que, na seqüência, bem possamos situá-lo
dentro do conceito doutrinário/espírita.
1) – Conforme o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, editora Nova Fronteira, Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira:
Passes: Ato de passar as mãos repetidamente ante os olhos de uma pessoa para
magnetizá-la, ou sobre uma parte doente de uma pessoa para curá-la.
2) – De acordo com o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, MEC – Fename,
Francisco da S. Bueno:
Passes: Ato de passar as mãos repetidas vezes por diante dos olhos de quem se quer
magnetizar ou sobre a parte doente da pessoa que se pretende curar pela força mediúnica
(grifo nosso). (essa definição, por sinal, é a mesma encontrada no Dicionário da Academia
Brasileira de Letras).
Unidade 56
TEMA : O PASSE: Introdução. Definições e menções não espíritas com
relação ao Passe. Definições Espíritas e dos Espíritos acerca do Passe.
Citações acerca do Passe no Velho Testamento. Citações acerca do Passe
no Novo Testamento. Diferença entre Passe e Imposição das Mãos.
Explicação da Mecânica. Os objetivos do Passe.3) – Conforme o Dicionário Enciclopédico Espiritismo Metapsíquica Parapsicologia -
Editora Bels S. A . de João Teixeira de Paula:
Passes: Movimentos com as mãos, feitos pelos médiuns passistas, nos indivíduos com
desequilíbrios psicossomáticos ou apenas desejosos de uma ação fluídica benéfica. (...)
Os passes espíritas são uma imitação dos passes hipnomagneticos, com a única
diferença de contarem com a assistência, invocada e sabida dos protetores espirituais.
Ä Definições Espíritas e dos Espíritos acerca do Passe:
O Passe é uma transfusão de energias psíquicas (...) Emmanuel (O Consolador, Cap. V,
questão 98).
O Passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. Áulus – André Luiz
(Nos Domínios da Mediunidade, Cap. XVII).
O Passe, como gênero de auxilio, invariavelmente aplicado sem qualquer contraindicação, é sempre valioso no tratamento devido aos enfermos de toda classe (...) André
Luiz – (Mecanismos da Mediunidade, Cap. XII, Passe e Oração).
O Passe é, antes de tudo, uma transfusão de amor. Divaldo Pereira Franco (Diálogo
com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas – O Passe – propriedades e efeitos).
O Passe é um ato de amor na sua expressão mais sublimada. Suely Caldas Schubert.
(Obsessão/Desobsessão – A importância da fluidoterapia).
Ä Citações acerca do Passe no Velho Testamento:
“Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no
Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo. Naamã, porém, muito se indignou,
e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de pé, invocaria o
nome do Senhor seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra (grifo nosso), e
restauraria o leproso.” (II Reis, Cap. V, vv. 10 e 11”).
“Josué, filho de Num estava cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés
havia posto sobre ele suas mãos (gn): assim os filhos de Israel lhe deram ouvidos, e
fizeram como o Senhor ordenara a Moisés. (Deuteronômio, Cap. XXXIV, vv. 9 a 12”).
Ä Citações acerca do Passe no Novo Testamento:
“Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiram. E eis que veio
um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.
“E Jesus, estendendo a mão (gn), tocou-lhe dizendo: Quero, fica limpo! E
imediatamente ele ficou limpo de sua lepra”. (Mateus, Cap. VIII, v. 3).
“Então Ananias foi e, entrando na casa, impôs as mãos sobre ele (gn) dizendo:
Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho
por onde vinhas, para que recupere a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. (Atos, Cap.
IX, v. 17).
“Tendo Jesus passado de novo no barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma
grande multidão; e ele estava à beira do mar.
Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo e, logo que viu a Jesus,
lançou-se-lhe aos pés. E lhe rogava com instância, dizendo: Minha filhinha está nas últimas; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos (g.n.) para que sare e viva. (Marcos,
Cap. 5, vv. 21 à 23).
(Instância - s. f. Pedido feito com insistência; ato de instar; qualidade do que é instante; jurisdição;
foro. (Do lat. instantia.))
Ä Diferença entre Passe e Imposição das Mãos:
Em termos espíritas, passes tanto pode ser entendido como o conjunto de
recursos de transferências fluídicas levadas a efeito com fins fluidoterápicos, como uma
das maneiras pela qual se faz tais transferências. No primeiro caso, a imposição de mãos
seria um dos recursos; no segundo, uma das maneiras.
Assim sendo, de forma literal, o passe e imposição de mãos não são a mesma
coisa; em termos de uso, contudo, tem-se a imposição de mãos como uma técnica de
passe, tanto que é comum se falar de um querendo-se dar a entender o outro.
É importante se observar a ponderação da Dalva Silva Souza, na Revista
Reformador de janeiro de 1.986, p. 16 que menciona: “A palavra passe é um deverbal
(substantivo que é derivado do verbo; o mesmo que pós-verbal – ex. caça, venda, compra)
(obs. nossa) de passar, verbo que, sem dúvida, transmite a idéia de movimento. Por outro
lado, imposição de mãos já deixa bem induzido que se trata de atitude estática, sem
movimento, posto que, derivado do verbo impor, imposição, nesse sentido, quer dizer: ato
de fixar, estabelecer”.
Ä Passe – Explicação da Mecânica:
O passe é uma transfusão de energias psíquicas e espirituais; isto é, a passagem
de um para outro indivíduo de uma certa quantidade de energias fluídicas vitais
(psíquicas) ou espirituais propriamente ditas.
Há pessoas que têm uma capacidade de maior absorção e armazenamento
dessas energias que emanam do Fluido Cósmico Universal e da própria intimidade do
Espírito. Tal requisito as coloca em condições de transmitirem esse potencial de energias
a outras criaturas que eventualmente estejam necessitando. A aglutinação (s. f. Ação ou
efeito de aglutinar - v. tr. dir. Fazer aderir; colar, unir, reunir: grudar; soldar; (Do lat. agglutinare.)
dessa força se faz automaticamente e também, atendendo aos apelos do passista (prece),
que, então, municiado (verbo municionar - v. tr. dir. Abastecer, prover de munições.) com essa
carga, a transmite através da imposição das mão sobre a cabeça do paciente, sem a
necessidade de tocar-lhe o corpo, por que a força se projeta de uma para outra aura,
estabelecendo uma verdadeira ponte de ligação.
O fluxo energético se mantém e se projeta às custas da vontade do passista,
como também de entidades espirituais desencarnadas que o auxiliam na composição dos
fluídos, não havendo, portanto necessidade de incorporação mediúnica. O passista
age somente sob a influência da entidade, e por isso, não precisa falar, aconselhar ou
transmitir mensagens concomitantes (adj. 2 gên. Que se manifesta ao mesmo tempo que outro;
simultâneo; que acompanha; acessório. (Do lat. concomitante.) ao passe.
As forças fluídicas vitais (psíquicas) dependem do estado de saúde do passista e
as espirituais do seu grau de desenvolvimento moral. Assim é que o passista deverá estar,
o mais possível, em perfeito equilíbrio orgânico e moral.
Ä Os Objetivos do Passe:
Conforme a objetividade e a lucidez do Espírito André Luiz, o que nos faz meditar
com grande proveito, quando nos ensina que: “O passe não é unicamente transfusão de
energias anímicas. É o equilíbrio ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos (...)
Se usamos o antibiótico no campo físico, porque não adotar o passe por agente capaz de
impedir as alucinações depressivas, no campo da alma? Se atendemos a assepsia (s. f. (med.) Conjunto de métodos que visam a impedir a introdução de germes patogênicos no organismo.
(Do gr. a+sepsis.), no que se refere ao corpo, porque descurar (v. tr. dir. Descuidar; não tratar
de; desprezar; tr. ind. não tratar, não cuidar: descurar de suas obrigações.) dessa mesma
assepsia no que tange ao espírito?” (André Luiz Opinião Espírita – O Passe, Cap. 55).
Quando André Luiz então nos ensina que o passe é o equilibrante ideal da
mente, funcionando como coadjuvante em todos os tratamentos, não só físicos, mas
igualmente da alma, fica bem caracterizado que os objetivos a serem alcançados estão
em dois campos: Material e Espiritual.
Corroborando (corroborar - v. tr. dir. Fortalecer; confirmar; comprovar; pr. fortalecer-se.
(Do lat. corroborare.) com isso, encontramos Martins Peralva no seu Livro “Estudando a
Mediunidade”, Cap. 26 – Passes, que ensina: “O socorro através de passes, aos que
sofrem do corpo e da alma (gn), é instituição de alcance fraternal que remonta aos mais
recuados tempos”.
Bibliografia:
KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. XIV, item 34.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. Capítulo 153.
XAVIER, Francisco Cândido. Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. Capítulo ”Fenômeno
Magnético”.
XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Capítulo V, questão 98.
XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. Capítulo 17, página
170.
XAVIER, Francisco Cândido. Mecanismos da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. Cap. XII, Passe e
Oração.
XAVIER, Francisco Cândido. Opinião Espírita.. Pelo Espírito André Luiz. – O Passe, Cap. 55.
FRANCO, Divaldo Pereira. Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas – O Passe – propriedades
e efeitos.
SCHUBERT, Suely Caldas. Obsessão/Desobsessão . A Importância da Fluidoterapia.
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. Capítulo XXVI – Passes.
MELO, Jacob Luiz de. O Passe – Seu estudo, suas técnicas, sua prática. Capítulo VIII – As Técnicas, 6
Outros usos do passe, 6.1 O passe à distância (Irradiações), páginas 223/224.
SOUZA, Dalva Silva. Revista Reformador. Janeiro de 1.986, p. 16.
Apostila do COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica – do Centro Espírita Luz Eterna de
Curitiba. 10.ª sessão de exercício prático – Passes.
Dicionário Brasileiro Globo Multimídia.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Editora Nova Fronteira.
BUENO, Francisco da S. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. MEC – Fename.
PAULA, João Teixeira de. Dicionário Enciclopédico Espiritismo Metapsíquica Parapsicologia - Editores
Bels S. A .
Bíblia Sagrada Multimídia – Tradução de João Ferreira de Almeida. II Reis, Cap. V, vv. 10 e 11”;
Deuteronômio, Cap. XXXIV, vv. 9 a 12”; Mateus, Cap. VIII, v. 3; Atos, Cap. IX, v. 17.
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