segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Biografia de Frederico Fígner

Israelita de nascimento viveu no lar paterno os preconceitos de sua raça contra o Carpinteiro   de Nazaré.   Na   verdade,   porém, Fígner, como muitos outros judeus, não tinha religião alguma.  Foi no Brasil e quando já negociante próspero, com seu estabelecimento comercial e industrial no Rio de Janeiro e uma sucursal em São Paulo, que Fígner foi chamado a conhecer a verdade. Nos últimos anos do século passado ou nos primeiros deste século, Fígner travou relações de amizade com Pedro Sayão, filho  do saudoso doutrinador Antônio Luís Sayão, pai da célebre cantora Bidu Sayão. Pedro Sayão, durante cerca de dois anos, lhe freqüentava a loja e palestrava sobre Espiritismo e  Cristianismo, sem que Fígner se impressionasse muito pelo assunto; porém, numa de suas visitas ao seu estabelecimento de São Paulo, Fígner ouviu a dolorosa história de um seu empregado, cuja esposa se achava gravemente enferma e necessitada de melindrosa intervenção cirúrgica. Ao regressar ao Rio, Fígner pediu a Pedro Sayão lhe obtivesse receita para cura da enferma de São Paulo. Veio a receita e a cura da doente, sem intervenção alguma dos médicos. Foi esse fato que inclinou Fígner a favor do Espiritismo.

Já impressionado com a cura da doente mediante uma receita mediúnica, Fígner foi procurado em sua loja por um pobre, pai de família desempregado, em penosa situação econômica. Ouviu-lhe o relato de suas aflições, deu-lhe um pouco de dinheiro e disselhe que voltasse oito dias mais tarde. Ao sair o necessitado, pela primeira vez na vida Fígner fez um pedido ao Carpinteiro de Nazaré: "Se é como dizem os cristãos que Tu tens poder, ajuda a esse pobre pai de família; arranja-Lhe trabalho e meios de vida!"  Oito dias mais tarde, voltava o homem com   o   sorriso   dos   felizes   e   lhe   narrava:   "Já estou trabalhando e brevemente virei restituir seu dinheiro, Sr. Fígner. Fui procurado por uma pessoa que me convidou para um emprego inteiramente inesperado".

Fígner se entusiasmou e repetiu semelhantes pedidos, com resultados sempre positivos. Em vez de pedir a Jesus, passou a pedir a Maria e igualmente os resultados não se faziam esperar. Encheu-se de fé que transporta montanhas e estudou com entusiasmo o Espiritismo e o Cristianismo. Passou a consagrar sua vida ao serviço dos outros.

Não se sabe ao certo quando se deu essa conversão, mas em 1903 já se encontram vestígios das atividades espíritas de Fígner na Federação Espírita Brasileira.  Por ocasião da gripe "espanhola ", em 1918, com 14 doentes em seu próprio lar e ele mesmo adoentado e febril, passava os dias inteiros na Federação, atendendo a doentes e necessitados que lá iam, em avalanches, buscar recursos para situações aflitivas.

Sua vida normal durante longos anos consistia em ir de manhã e a tarde à Federação tomar ditados de receitas de diversos médiuns, chegando a tomar 150 a 200 receitas por dia e a dar passes em numerosos doentes. Levantava-se às cinco horas da manhã e, antes de ir à loja, ia à Federação, de onde só saía quando terminava esse serviço de tomar ditados de receitas. Às quatro horas da tarde lá estava de novo para orar e dar passes emdoentes. E curava mesmo os enfermos, pois que seus "fregueses", como ele lhes chamava na intimidade, cresciam sempre de números.

 Como propagandista da Doutrina, manteve sempre uma seção no "Correio da Manhã"
que era lida no País todo. Em 1921 polemicou com o Padre Florêncio Dubois pela
"Folha do Norte ", do Pará. Promoveu a publicação de muitos livros, custeando as
edições. Foi à Inglaterra visitar o célebre "Circle of Crew", onde o médium Willy Hope
obtinha as famosas fotografias de extras; visitou, então, Sir Arthur Conan Doyle e
outros grandes vultos do Espiritismo inglês.
 Em 1920 perdeu a filha primogênita, e sua esposa ficou inconsolável. Ouvindo ele falar
da médium de materialização D. Ana Prado, de Belém do Pará, decidiu-se a partir para
o Norte. No dia 1º de Abril de 1921, embarcou com toda a família. O que sucedeu
naquelas sessões acha-se relatado no livro do Dr. Nogueira de Faria, intitulado O
Trabalho dos Mortos, pela senhora D. Esther Fígner, esposa de Frederico Fígner, a qual,
apenas regressando das sessões e assistida por sua filha Leontina, escrevia relato
minucioso de tudo que ocorrera.
 Frederico Figner nasceu na madrugada de 2 de Dezembro de 1866, na casa humilde de
n.º 37 da rua Teynska, em Milevsko, perto de Tabor, Tchecoeslováquia, então Boêmia e
parte do Império austro-húngaro.
 Era, portanto, compatriota de outro missionário que como ele vinha cumprir sua tarefa
no Brasil, durante longa existência como  brasileiro, entre os melhores, Francisco
Valdomiro   Lorenz,   nascido   em   Zbislav,   perto   de   Tcháslav,   e   chegado   ao   Brasil   dois
anos depois de Fígner. Ambos vinham da Pátria dos grandes mártires do Cristianismo,
João Huss e Jerônimo de Praga, divulgar aqui os ideais superiores que conduziram os
dois heróis aos tormentos da Inquisição. Fígner e Lorenz gravitaram para a Federação
Espírita Brasileira que era muito jovem quando eles chegaram ao Brasil. Fígner venceu
galhardamente a escorregadiça e perigosa prova da riqueza, Lorenz venceu com igual
bravura os tormentos da pobreza e se tornou um dos mais cultos esperantistas do
mundo, com várias obras publicadas.
 Filho de pais pobres, Fígner tinha que imigrar para o Novo Mundo, como faziam os
jovens da Europa Central, naquele tempo. Aos treze anos sai do lar paterno e vai para a
cidade de Bechim aprender um ofício. Em 1882, aos 16 anos, deixa definitivamente a
terra natal. Parte com sua maleta de emigrante par Bremershafen, de onde, a bordo do
vapor "Elbe" (como passageiro de terceira classe) , ruma para os Estados Unidos só
levando dinheiro para a travessia. Contava Fígner um pormenor interessante dessa
viagem . Sua mãe fizera e lhe dera para a viagem uma trança de pão doce. Chegando a
bordo, nota que a alimentação de terceira classe é absolutamente insuportável. Divide
então o seu pão doce, de sorte a bastar para todo tempo da travessia que durou 14 dias.
Foi essa a sua única alimentação durante duas semanas.
 Levava como modelo de conduta a tenacidade dos pais. Era o exemplo a imitar para
vencer na vida.
 Uma tempestade violenta foi o único incidente da travessia, mas foi-lhe rude a luta para
adquirir estabilidade econômica de sorte a manter-se e ajudar os pais e irmãos. Estados
Unidos, México, América Central e, finalmente, América do Sul, foram seus campos deluta econômica. No Brasil, esse filho de Israel encontrou sua Canaã . Estabeleceu-se,
prosperou, conheceu uma jovem de peregrinas virtudes e alma de artista, D. Esther de
Freitas Reys, filha de família ilustre.
 Em 1897, Frederico Fígner e D. Esther de Freitas Reys fundavam, pelo matrimônio,
seu lar feliz. Recebia ele o prêmio de suas grandes lutas de trinta anos, mas não sonhava
repouso, que não era ideal de seu caráter vibrante. Desse feliz enlace nasceram seis
filhos: Rachel, Aluízio, Gabriel, desaparecidos do mundo antes do venerado genitor;
Leonilda, Helena e Lélia, muito devotados ao seu velho pai.
 O serviço de Figner nas obras de assistência e no trabalho profissional afastava-o muito
do lar, mas isso não prejudicava o cultivo de um afeto extremo entre pai e filhos.
Amavam-se com ardor e respeitavam reciprocamente as idéias e crenças particulares de
cada um.
 Ainda nos últimos dias de sua vida, distribuía ele principescamente donativos por
instituições e pessoas pobres de sua amizade, guiando-se pelo coração e nem sempre
pelo cérebro, e só respeitando a fortuna das filhas.
Trabalhou e serviu abnegadamente até que a enfermidade o prendeu ao leito, poucos
dias antes da partida. Completou oitenta anos em 2 de Dezembro de 1946, e em 19 de
Janeiro de 1947, às 20 horas, partiu para o mundo espiritual, deixando abertos caminhos
de luz sobre a Terra que pisara por tanto tempo.
 Ao funeral compareceu uma multidão de amigos e admiradores. Diante da câmara
mortuária, o Presidente da Federação pronunciou palavras de despedida e o VicePresidente fez uma prece. Ao descer o ataúde ao jazigo, no Cemitério de São Francisco
Xavier, falaram com sentimento os Drs. Miranda Ludolf, Lins de Vasconcellos e o
Capitão Silva Pinto.
 A Federação Espírita Brasileira, após a morte de Fígner, publicou-lhe alguns dos
escritos no livro intitulado - "Crônicas Espíritas ".
Grandes Espíritas do Brasil. FEB

Cristo nasceu? Onde? Quando?

Marta Antunes Moura





São indagações que compõem o título de belíssima página doutrinária escrita pelo espírita Pedro de Camargo (1878-1966), mais conhecido como Vinícius, encontrada em seu livro Em Torno do Mestre, publicado pela FEB em 1939, cuja última edição, a nona, data de 2009. Com admirável criatividade, o autor analisa o significado e o contexto do nascimento do Cristo, utilizando a entrevista como recurso literário, então direcionada a sete conhecidas personalidades do Evangelho, tendo como referência este registro evangélico:

O verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua glória como de unigênito do Pai. Mas a todos os que o receberam, aos que creem em seu nome, deu Ele o direito de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. (João, 1:4.)
A íntegra da entrevista deVinícius, com destaques nossos, é a que se segue:

Perguntemos a Paulo – onde e quando Jesus nasceu? Ele nos dirá: Foi na estrada de Damasco, quando eu, então intolerante e fanatizado por uma causa inglória, me vi envolvido na sua divina luz. Dali por diante – “já não sou eu mais que vive, mas o Cristo é que vive em mim”.

Indaguemos de Madalena, onde e quando nasceu Jesus. Ela nos informará: Jesus nasceu em Betânia, certa vez em que sua voz, ungida de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova, com a qual, até então, jamais sonhara.

Ouçamos o depoimento de Pedro, sobre a natividade do Senhor, e ele assim se pronunciará: Jesus nasceu no átrio do paço de Pilatos, no momento em que o galo, cantando pela terceira vez, acordou minha consciência para a verdadeira vida.Daí por diante, nunca mais vacilei diante dos potentados do século, quando me era dado defender a Justiça e proclamar a verdade, pois a força e o poder do Cristo constituíram elementos integrantes de meu próprio ser.

Chamemos à baila João Evangelista e peçamos nos diga o que sabe acerca do natal do Messias, e ele nos dirá: Jesus nasceu no dia em que meu entendimento, iluminado pela sua divina graça, me fez saber que “Deus é amor”.1

Dirijamo-nos a Zaqueu, o publicano, e eis o seu testemunho: Jesus nasceu em Jericó, numa esplêndida manhã de Sol, quando eu, ansioso por conhecê-lo, subi numa árvore, à beira do caminho por onde Ele passava, contentando-me com o ver de longe. Eis que Ele, amorável e bom, acena-me, dizendo: “Zaqueu, desce, importa que me hospede contigo”. Naquele dia entrou a salvação no meu lar.

Interpelemos Tomé, o incrédulo: Quando e onde nasceu o Mestre? Ele, por certo, retrucará: Jesus nasceu em Jerusalém, naquele dia memorável e inesquecível em que me foi dado testificar que a morte não tinha poder sobre o Filho de Deus. Só então compreendi o sentido de suas palavras: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.

Apelemos, finalmente, para Dimas, o bom ladrão: Onde e quando Jesus nasceu? Ele nos informará: Jesus nasceu no topo do Calvário, precisamente quando a cegueira e a maldade humanas supunham aniquilá-lo para sempre; dali Ele me dirigiu um olhar repassado de piedade e de ternura, que me fez esquecer todas as misérias deste mundo e antegozar as delícias do paraíso. Desde logo, senti-o em mim e eu nele.2

As respostas transmitidas pelos entrevistados nos fazem ver que o nascimento do Cristo, o local e a data, representam, efetivamente, o exato momento do despertar da nossa consciência para a sublimidade do Amor, ensinado e exemplificado por Jesus.

Para a Doutrina Espírita, Jesus é e sempre será “o tipo mais perfeito que Deus já ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo”.3 É válido, porém, deixar registrado que no meio acadêmico e entre os historiadores do Cristianismo configura-se nova metodologia de estudo da figura ímpar de Jesus, denominada Jesus Histórico. Trata-se de estudo crítico que não considera os axiomas religiosos e teológicos tradicionais nem os determinismos bíblicos que, na generalidade, revelam o Mestre Nazareno como o Filho de Deus ou o Messias prometido para a salvação da Humanidade.

Embora as reconstruções históricas variem, são concordantes em dois pontos: Jesus era um rabino judeu, que atraiu um pequeno grupo de galileus e, após um período de pregação, foi crucificado pelos romanos na Palestina, sob instigação dos sacerdotes judeus, durante o governo de Pôncio Pilatos.

A busca pelo Jesus Histórico foi iniciada pelo filósofo deísta alemão Hermann Samuel Reimarus (1694-1768) que, junto com outros estudiosos, passaram a duvidar da historicidade relatada pelos textos sagrados, aceita sem controvérsias até o século XVIII, quando surgiu o movimento iluminista na Europa.Após a Primeira Guerra Mundial, os teólogos alemães Martin Dibelius (1883-1947) e Rudolf Karl Bultmann (1884-1976) compararam a mensagem original de Jesus (do Novo Testamento) à de outros textos, provenientes da época da igreja primitiva, identificando pontos concordantes e discordantes. Empregaram, então, dois métodos para chegarem às conclusões finais, publicadas posteriormente:

a) Redação criticista – trata-se de uma investigação a respeito de como cada escritor do Evangelho compilou seu livro, seguida de comparação com outros escritos e, também, com fontes orais;
b) Crítica formal – concluíram que os evangelhos (segundo Mateus,Marcos, Lucas e João) não foram escritos completos, originalmente, tal como os conhecemos nos dias atuais.Na verdade, são coleções de fatos separados, de tradições orais, mitos ou parábolas, propositalmente agrupados para formar uma coletânea, artificialmente elaborada, e destinada a divulgar práticas da igreja antiga. Dessa forma, a crítica formal tenta reconstruir os episódios originais, separando o que é fato histórico e o que é inclusão artificial.
Há outro ponto relevante: na busca pelo Jesus Histórico, alguns estudiosos fundamentam-se na chamada Fonte Q (de Quelle, nome alemão para fonte), uma coleção de Ditos de Jesus, que é uma tradição, oral ou escrita – não se sabe ao certo – amplamente difundida no mundo cristão da primeira metade do século I, e que serviu de base para a escritura dos evangelhos sinóticos, assim como para alguns apócrifos. Sendo assim, o documento Q, ou fonte Q, é hipoteticamente considerado como sendo o primeiro texto evangélico escrito, e que teria sido utilizado, mais tarde, por Mateus e Lucas, mas não por Marcos, na redação dos seus escritos, fato que justificaria as coincidências presentes no Evangelho de Lucas e de Mateus, e as diferenças com o de Marcos.

Em suma, munidos dos novos instrumentos da pesquisa hodierna, tais como história antiga, crítica literária, crítica textual, filologia, papirologia, arqueologia, geografia, religião comparada, os atuais pesquisadores tentam reconstruir o ambiente sociocultural de Jesus, de modo a experimentar o efeito que as palavras do Mestre produziram nos ouvintes da sua época. Nesse esforço, procura-se evitar juízos preconcebidos, premissas rígidas, preconceitos étnicos, deixando que a mensagem se estabeleça ainda que contrariamente às expectativas dos crentes atuais. No entanto, ao montar o quebra-cabeça da história do Cristianismo Primitivo com as escassas peças disponíveis, nem sempre é possível ao pesquisador humano dispensar certa dose de imaginação.4

Uma evidência poderosa já se destaca das conclusões dos pesquisadores: a grandeza do Cristo e a sublimidade da sua mensagem. Parâmetros pelos quais devemos nos guiar, sem jamais perder de vista qual é a plataforma do Mestre, como ensina Emmanuel:

Anunciou-nos a celeste revelação que Ele viria salvar-nos de nossos próprios pecados, libertar-nos da cadeia de nossos próprios erros, afastando-nos do egoísmo e do orgulho que ainda legislam para o nosso mundo consciencial.5

Assim, ante a bênção de mais um Natal, enderecemos ao Mestre a nossa eterna gratidão, louvando-o por meio dos vibrantes sentimentos do poeta Amaral Ornellas, expressos no poema Ante Jesus, reproduzido nesta página.6






Referências:

1VINÍCIUS. Em torno do mestre. 9. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. Cristo nasceu? Onde? Quando?. p. 236.
2_____. _____. p. 236-237.
3KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.
4DIAS, Haroldo Dutra. Cristianismo redivivo: história da era apostólica, Novas perguntas. In: Reformador, ano 126, n. 2.146, p. 34(32)-36(34), jan. 2008.
5XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 174, p. 386.
6_____. Antologia mediúnica do natal. Por Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 69.

domingo, 24 de julho de 2011

CIDADES NO PLANO ESPIRITUAL*


D. Guiomar Albanesi – Rogamos ao nosso Chico, se possível, tentar a psicografia de uma página dos Nossos Amigos Espirituais.
(Pausa)
134 – MENSAGEM


Alma querida, escuta,
Nos momentos de dor, de aflição ou de luta,
Não te prendas ao fel, à revolta, ao pesar,
Não deixes de servir, nem canses de esperar.


Na sombra mais espessa
Ou quando o dia tomba e na estrada anoiteça,
Em pleno vendaval, caia o granizo em monte,
Alça o próprio ideal ante a clara certeza
De que o sol voltará de horizonte a horizonte.


Em tudo o que se apura e se alteia de nível,
Onde a fé predomine e o progresso resplenda,
Perseverança e paz é a sublime oferenda
Do amor que, frente ao tempo, ignora o impossível.


A própria Natureza é um livro sempre aberto;
Tudo o que serve e ampara, louva a disciplina,
Do firmamento ao chão, da cidade ao deserto,
Persistir para ser é a mensagem divina.


Insistindo na luz, constelações remotas
Criam vida e calor nos espaços profundos;
Cada império estelar acende as próprias rotas,
E a lei faz no Universo a harmonia dos mundos.


À dura solidão a rocha se sujeita,
Por milênios guardando o vale em derredor;
E o vale mostra em si a humildade perfeita,
Em que o solo produz para a vida melhor.


A fonte encontra a lama e prossegue por norma,
Purificando a lama a sorrir e a cantar
E, mantendo-se fonte, aos poucos, se transforma
Em riqueza do rio e sustento do mar.


Podado na pressão da lâmina severa,
O tronco se desfia a golpes agressores
E quando o campo espalha o som da primavera,
Ei-lo forte e feliz a cobrir-se de flores.


Segue, pois, dia-a-dia, passo a passo,
Mesmo à frente da mágoa que te oprime,
Varando provação, amargura ou cansaço,
Nada te tolha a fé, nada te desanime.


E, servindo, recorda, alma querida e boa:
Das trevas abismais aos Sóis do Mais Além,
Em tudo o que se eleva e aperfeiçoa
Deus ama, persevera e trabalha também.


MARIA DOLORES

135 - ESTADO COMATOSO E LUCIDEZ

DONA GUIOMAR – Agora vamos passar às perguntas que nos foram feitas por alguns companheiros. Vamos formulá-las ao nosso companheiro e amigo Chico Xavier, e ele no-las responderá:
No estado comatoso, há momentos de lucidez plena ou apenas intervalos intermitentes?
CHICO XAVIER – Rogo desculpas aos prezados ouvintes, pelo fato de estar tentando responder às indagações de nossos amigos, dentro da minha reconhecida insipiência.
No caso da lucidez em estado comatoso, segundo os Amigos Espirituais nos inspiram a fim de que a nossa palavra possa ser ouvida, isso varia muito de acordo com as criaturas, segundo os graus de espiritualidade superior ou de mergulho da mente nas impressões da vida material.
Na maioria das ocasiões, quando partimos do Plano Físico obedecendo aos ditames de enfermidade longa e laboriosa, o estado comatoso é seguido de lucidez: ouvimos, compreendemos aquilo que ouvimos, estamos dentro de indefinível expectativa, conquanto em paz, ou naquele estado de inquietação que se experimenta perante o desconhecido.
Ainda aí, porém, somos impelidos a entender que a alteração dos centros de percepção sensorial deve ser considerada, porque, conforme a condição do doente, esses núcleos estão, muitas vezes, obliterados ou parcialmente semidestruídos, sem que o espírito, eterno, possa se fazer exprimir através das potencialidades cerebrais, assim como um violinista que, apesar muita competência, por vezes, sente-se frustrado quando está diante de um instrumento desafinado ou desarticulado.
Nos processos de desencarnação violenta, é natural que se entenda a lucidez por estado mental muito difícil de reter-se; o cérebro entra em choque violento, a destrambelhar-se, portanto nas mais íntimas estruturas.
Em vista disso, os Amigos Espirituais afirmam que na desencarnação de improviso, somos habitualmente acometidos por um sono profundo, do qual despertamos entre aqueles que nos dedicam assistência e afeição na Vida Espiritual.

136 – CAUSAS DOS SUICÍDIOS

PERGUNTA -
 – O suicídio é conseqüência de fatores psicológicos em desagregação ou de influências espirituais em evolução?
CHICO XAVIER – Todos sabemos: cada espírito é senhor de seu próprio mundo individual.
Quando perpetramos a deserção voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos governam, decerto que imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Essas deformidades resultam das causas cármicas estabelecidas por nós mesmos, pelas quais sempre recebemos de volta os efeitos das próprias ações.
Cometido o suicídio, nessa ou naquela circunstância, geramos lesões e problemas psicológicos na própria alma, dificuldades essas que seremos chamados a debelar na próxima existência, ou nas próximas existências, segundo as possibilidades ao nosso alcance.
Assim, formamos, com um suicídio, muitas tentações a suicídio no futuro, porque em nos reencarnando, carregamos conosco tendências e inclinações, como é óbvio, na recapitulação de nossas experiências na Terra.
Quando falamos “tentações” não nos referimos a esse tipo de tentações que acreditamos provir de entidades positivamente infelizes, cristalizadas na perseguição às criaturas humanas. Dizemos tentação oriunda de nossa própria natureza.
Sabemos que a tentação em si, na verdadeira acepção da palavra, nasce dentro de nós. Por isso mesmo poderíamos ilustrar semelhante argumento lembrando um prato de milho e um brilhante de alto preço: levado o brilhante de alto preço à percepção do cavalo, por exemplo, é certo que o eqüino não demonstraria a menor reação; mas em apresentando a ele o prato de milho, fatalmente que ele reagirá, desejando absorver a merenda que lhe está sendo apresentada.
Noutro ponto de vista, um homem não se interessaria por um prato de milho, no entanto se interessaria compreensivelmente pelo brilhante.
Justo lembrar que a tentação nasce dentro de nós.
Quando cometemos suicídio, plasmamos causas de sofrimento muito difíceis de serem definitivamente extirpadas. Por isso, muitas vezes, os irmãos suicidas são repetentes na prova da indução ao suicídio, descendo, desprevenidos, à desconsideração para consigo próprios.
Benfeitores da Vida Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais sejamos impulsionados a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida terrestre, devemos recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os meios possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranqüilidade, de modo a fugirmos de semelhante poço de angústia.

137 – PRODUÇÃO E FOME

PERGUNTA -
 – Pode-se esperar uma grande fome para os próximos anos?
CHICO XAVIER - Esse assunto tem sido estudado por técnicos das nações de vanguarda no progresso econômico e cultural da humanidade; vale observar, porém, na condição de criaturas convencidas quanto à existência de Deus e da sobrevivência do espírito, que não podemos guardar qualquer impressão negativa, quanto ao problema, porque o trabalho é sempre um prodígio da natureza humana e, através desse recurso mágico a que chamamos trabalho, descobriremos, cada vez mais, novas técnicas de produção, novos melhoramentos e sabemos que nos achamos muito longe ainda de explorar todos os recursos do Planeta, em favor da nossa própria alimentação.
Façamos um parêntese no assunto e recordemos que, se todos nos dedicarmos no Brasil a plantar mais um pouco, e a trabalhar um tanto mais, além de nossos próprios deveres, indubitavelmente conseguiremos prover-nos com todos os recursos de que temos necessidade ainda, em nosso relacionamento comum.

138 - A CIDADE “NOSSO LAR”

PERGUNTA -
 – Poderíamos falar sobre o livro “Nosso Lar”, por exemplo, sobre as realidades do livro, sobre a distância da Colônia, sobre alguma coisa das belezas do Nosso Lar?
CHICO XAVIER – A literatura mediúnica em outros países atesta a existência de outras cidades semelhantes a Nosso Lar, uma das comunidades no chamado Espaço Brasileiro.
Quando estávamos recebendo, mediunicamente, o primeiro livro de André Luiz, que traz esse título, impressionamo-nos vivamente com respeito ao assunto, porque a nossa perplexidade era indisfarçável e, sendo o nosso assombro um motivo para perturbar a recepção do livro, o nosso André Luiz promoveu, em determinada noite, a nossa ausência do corpo físico para observar alguns aspectos, os aspectos mais exteriores, da chamada cidade “Nosso Lar”. Mundo novo que somos chamados a perceber, a estudar, porque se relaciona com o futuro de cada um de nós. Ainda que não sejamos acolhidos na referida colônia, outros lares nos esperam após a desencarnação.
Isso é muito importante.
Há muita gente que considera esse assunto demasiadamente remoto para que venhamos a nos preocupar com ele.
Entretanto, na lógica terrestre, somos obrigados a cuidar dos estoques de determinados materiais – gasolina, óleo, medicamento, cereais. Se nos interessamos por isso, no trânsito sobre a Terra, por que admitir por ocioso esse tema da espiritualidade que nos espera inevitavelmente a todos?
O Espírito de André Luiz, registrando-nos o espanto, porquanto a estranheza era enorme da parte dos companheiros de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte, aos quais mostrávamos as páginas em andamento, teve o cuidado de mostrar-nos determinada faixa de Nosso Lar, onde jaziam centenas de irmãos hospitalizados, ocupando a atenção de médicos, de instrutores, enfermeiras, sacerdotes e pastores das diversas religiões.
Devemos assinalar esse fato, de vez que, freqüentemente, depois da morte são obrigados a compartilhar-nos crenças e concepções com respeitos às verdades eternas do espírito, quando a caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo nos espera a todos, quanto a discernimento e compreensão.
Cada criatura, nessa cidade, é chamada gradativamente para um estado mais amplo de entendimento. Nosso Lar é o retrato de muitas das colônias que nos aguardam, mas não é propriamente o retrato único, porque possuímos, além da Terra, além da vida física, muitas e muitas cidades de natureza superior e outras de natureza inferior a que chegaremos, inevitavelmente, segundo as nossas escolhas e méritos neste mundo.

139 – HOMOSSEXUALISMO

PERGUNTA -
 – Como nossos Amigos Espirituais conceituam o problema homossexual?
CHICO XAVIER – O problema da homossexualidade sempre existiu em todas as nações, no entanto, com a extensão demográfica no Planeta, o assunto adquiriu características de grande intensidade, ou de mais intensidade, porque, nos últimos 50 anos, a ciência psicológica tem-se preocupado detidamente e com razão, no que se refere aos ingredientes mais íntimos de nossa natureza pessoal.
Estamos efetuando a descoberta de nós mesmos, para além dos padrões psicológicos conhecidos ou milimetrados pelos conhecimentos que possuímos, dentro dos preceitos e preconceitos respeitáveis, que nos regem o comportamento social e humano.
No caso, é justo observar que os impositivos da disciplina e da educação devem oferecer-nos barreiras construtivas para que o abuso não destrua quaisquer benefícios estabelecidos em leis.
Cremos que tendências à homossexualidade surgem na criatura, após muitas existências dessa mesma criatura, nas condições de feminilidade ou vice-versa. Pensamos assim, na base da reencarnação, porquanto, além dos sinais morfológicos, a individualidade é a própria individualidade em si, com todas as suas existências anteriores.
Em vista disso, a homossexualidade pode ser examinada hoje proporcionando ao homem vasto campo de estudos, quanto à natureza bissexual do Espírito.
O tema é, porém, objeto para simpósios de cientistas, e instrutores da Humanidade, até que possamos encontrar a fórmula exata para decidir do ponto de vista legal, quanto ao destino dos nossos companheiros num sexo ou noutro, que trazem a inversão por clima de trabalho a ser laboriosamente valorizado pela pessoa que se faz portadora de semelhante prova ou de semelhante condição para determinadas tarefas.
Sabemos que grandes civilizações, como por exemplo, a civilização greco-romana, depois de alcançarem avanço espetacular no campo da inteligência, ao perquirirem a natureza complexa do homem, encontraram problemas de sexo muito profundos, que os legisladores de então não quiseram ou não puderam reconhecer. Esses problemas, no entanto, explodindo sem a cobertura de preceitos legais, em plenitude de intemperança nas manifestações afetivas cooperaram na decadência de ambas as civilizações grega e romana, que se perderam no tempo, sob o ponto de vista de respeitabilidade e domínio.
Esperemos que os Mensageiros da Vida Maior inspirem os nossos dignos representantes da Ciência e da Justiça na Terra para que a solução do problema apareça oportunamente favorecendo a paz e a concórdia nos vários campos de evolução da Humanidade.

140 – PUBLIUS LENTULUS

PERGUNTA -
 – Quem era mais evoluído, Publius Lentulus ou sua mulher?
CHICO XAVIER – Já pude dizer aos amigos presentes que o Espírito de Emmanuel, que está aqui conosco, dedica àquela que lhe foi esposa ao tempo de Nosso Senhor Jesus Cristo, a máxima veneração. E diz que, do ponto de vista do sentimento e do coração ela trazia, já naquela época qualidades evangélicas que ele Emmanuel, nunca cansou de admirar.
É o que eu posso transmitir.

141 – REENCARNAÇÃO E MUDANÇA DE SEXO

PERGUNTA – (Feita pelo Dr. Athaide Lima Siqueira): A mudança de sexo e profissão acarreta ao espírito dificuldades ao seu processo de aperfeiçoamento em reencarnações futuras?
CHICO XAVIER – Essa modificação, quando súbita, segundo ensinamentos que temos recebido dos Amigos Espirituais, imprime certas dificuldades ao espírito, no seu relacionamento com os outros e na adaptação aos processos de vivência no campo físico, mas não no seu próprio aperfeiçoamento, porque essa mesma alteração e mudança são motivadas para que o espírito, entrando no campo da autocrítica, encontre em si estímulos e razões para se elevar, aperfeiçoar, buscando sublimar as suas próprias qualidades, sentimentos e pensamentos.

142 – ESGOTAMENTO FÍSICO E FACULDADES INTELECTUAIS

PERGUNTA -
         Por que o indivíduo no plano físico, sob o influxo do excesso de trabalho, pelo esgotamento, sente um grande déficit em suas faculdades intelectuais?
CHICO XAVIER – É o problema do instrumento quando se faz desajustado nas mãos do artista. As teclas do piano, entrando em desajuste, não permitem que o pianista se expresse com o vigor ou com a perfeição de que ele seja mensageiro. Assim, também, o nosso espírito, quando reencarnado na Terra. Nós estamos sempre subordinados a determinadas condições da vida orgânica, especialmente às condições do cérebro. Por isso mesmo, nós sabemos que há muitas criaturas que tiveram a inteligência cassada por determinado tempo na Terra, que nós encontramos na posição de idiotia, como observamos, do ponto de vista da ciência, criaturas que são, às vezes, detentoras de alto grau de tesouros culturais em si mesmo, mas que pedem semelhante prova para se entregarem a pensamentos, ao retiro espiritual, à auto-análise, à auto-observação por muitos e muitos anos.

143 – TEMPO E CONSEQÜÊNCIA DA OBSESSÃO

PERGUNTA -
 (Feita pelo Prof. Afrânio Piemonte)
- “Até onde e até quando um ou mais espíritos obsessores podem causar danos no plano físico a indivíduos desprovidos de certo amparo no plano espiritual?”
CHICO XAVIER – Nossos amigos espirituais observam sempre que não há desamparo no Universo. A misericórdia de Deus nos alcança em todos os setores e em todas as situações, e desde que tenhamos já algum conhecimento para ensaiar os nossos passos nas estradas evolutivas, por nós mesmos, vamos criando em nós recursos de autoproteção.
Então, nós podemos observar: se temos cuidados especiais para com os nascituros, para com aqueles que ainda não chegaram à vida física e que estão em trânsito para o nosso campo de trabalho, com o concurso de nossas grandes benfeitoras que são as nossas mães, se temos cuidados especiais para com aqueles que vão chegando, organizando casas especializadas de socorro, de assistência, se o nosso próprio lar é um ninho de amor e proteção para a criança, quando a criança demanda esse auxílio pela fraqueza em que ela se encontra na obra de Deus, também os espíritos que se encontram ainda muito insipientes no conhecimento próprio merecem considerações e bênçãos especiais dos Espíritos Superiores.
Então, devemos catalogar os assuntos de obsessão, encarando esses assuntos de acordo com a nossa própria natureza. Um espírito obsessor terá tanto poder sobre nós quanto seja o poder que facultamos a esse espírito de nos obsedar. O obsessor tem sobre nós a influência do tamanho da nossa capacidade de atraí-lo para o nosso campo de ação. Poder-se-á observar, por exemplo, que muitas vezes, encontramos, nos sanatórios, irmãos nossos em condições precárias da mente, do cérebro, e que já não podem mais criar qualquer fibra de resistência, mas aí o assunto já transcendeu à nossa possibilidade de estudar, porque nós estamos estudando o caso conosco que estamos conscientes das nossas responsabilidades.
Se nós não guardarmos, se não nos defendermos, se não nos liberarmos antes do complexo de culpa, nessa calamidade que nós chamamos remorso, então nós vamos atravessando as linhas fronteiriças da perturbação e depois o império das forças inferiores sobre nós, então o assunto já é pertinente a considerações outras que não as desta hora em que estamos estudando o problema da obsessão com a nossa inteireza de conhecimentos para sabermos muito bem discernir o que é o bom e o que não serve para nós.

DONA GUIOMAR – Chico, nós agradecemos ao nosso amigo espiritual Emmanuel que, como você disse ao iniciar, está aqui conosco, inspirando você e ajudando em suas respostas. A esses benfeitores que aqui estiveram, pedimos que guardem por muitos e muitos anos o nosso médium aqui conosco para que, através dele, possamos obter tantos ensinamentos valiosos.
Que Jesus o ampare e lhe dê saúde, paz e tranqüilidade para que, junto conosco, você possa dar um caminho mais longo, mais claro, mais suave do Cristianismo, do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

144 – PRECE

CHICO XAVIER – Não tenho palavras para agradecer ao Centro Espírita Perseverança, à nossa querida irmã Dona Guiomar Albanesi, aos diretores desta instituição, às autoridades que nos visitam, aos amigos e queridas irmãs que compareceram à nossa reunião, a todos os companheiros que deram, nesta hora, um testemunho de tanta bondade e de tanta tolerância para comigo, que nada mereço, e que espero estejam aqui não por Chico Xavier, mas pela Doutrina que nos irmana, pela Doutrina que é Luz e Alimento de nossas almas.
Peço permissão, assim, à nossa irmã Dona Guiomar Albanesi, para traduzir a minha gratidão com uma prece. É tudo o que eu posso fazer.

Nosso Divino Mestre e Senhor!
Nós Te agradecemos a bendita oportunidade do reencontro nesta Casa de Amor e Luz, de Paz e Fraternidade que Te pertence!
Não temos palavras, para dizer aos amigos, a emoção que nos envolve, nos recessos do espírito. Por isso mesmo, nós Te pedimos licença para a nossa gratidão a todos, com a prece que nos permites endereçar-Te, rogando o amparo e a bênção para cada um de nós!
Senhor! Nesta hora em que todos procuramos um caminho de paz e amor para viver e conviver e também para sobreviver às nossas próprias dificuldades, nós Te rogamos apoio.
Rogamos, Amado Jesus, que nos abençoe e conserve-nos a fé viva em ti. Não nos deixes o coração tresmalhado nas vacilações do caminho terrestre ou na agressividade exagerada que tantas vezes nos surpreendem depois da infância e da adolescência, nas quais aprendemos a pedir-te a bênção no colo de nossas mães!
Disseste-nos que aqueles que não se fizerem crianças não serão dignos do Reino de Deus. Faze-nos, pois, simples de coração! Ajuda-nos a considerar que precisamos trabalhar uns pelos outros. Que todos somos chamados para nos tolerarmos reciprocamente em nossas dificuldades e problemas, a fim que a nossa vida possa produzir paz, luz, amor, e alegria, no progresso a que estamos destinados por Ti em nome do nosso Pai Supremo!

Ampara-nos! Que nossos templos dedicados à Tua memória, seja qual for a faixa de conhecimento e veneração em que nos expressemos, sejam preservados, agora e no futuro, a fim de que, por eles e com eles, venhamos a construir na Terra a nossa felicidade imortal.

( * )  Entrevista concedida a Sra. Guiomar Albanesi, no Centro Espírita Perseverança, São Paulo, Capital, em Outubro de 1974.
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel    

sábado, 23 de julho de 2011

Retrato de Jesus


Retrato de Jesus feito por Publio Lentulus


RETRATO DE JESUS (ESCRITO POR EMMANUEL EM SUA ENCARNAÇÃO NA ÉPOCA DE CRISTO) Retrato de Jesus feito por Publio Lentulus
Retrato de Jesus feito por Publio Lentulus, procônsul da Galiléia, a Tibério César, imperador romano.
O presente documento foi encontrado no arquivo do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, onde se faz o retrato físico e moral de Jesus, foi mandada de Jerusalém ao Imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.
Publius era senador romano e fez esse retrato de Jesus por ocasião da doença de sua filha Flávia, quando foi diretamente à presença de Cristo e pediu que a curasse da lepra.
Respondendo à pergunta de Tibério César – Quem é este homem Jesus?, Publio Lentulus escreveu:
“Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é o filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado.
“Em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra.
“É um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. Há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo.
“Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura; são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas; são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos.
“O seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno. Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada. O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, separada pelo meio. Seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros. O que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar. Faz-se amar e é alegre com gravidade.
“Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos. Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa.
“É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua Mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela.
“Porém, se a Majestade Tua, ó Cesar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dai-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.
“De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes.
“Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus. Muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade. Eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.
“Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo: aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido.
“Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo. ..” Publio Lentulus, presidente da Judéia. Lindizione setima, luna seconda”.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Irena Sendler

Irena Sendler morreu...sabes quem era?


 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Irena_Sendler




Nem sempre o prêmio é atribuído a quem mais o merece... Uma senhora de 98 anos chamada Irena faleceu há pouco tempo.   


Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.

Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazistas relativamente aos judeus (sendo alemã!) 

Irena trazia crianças escondidas no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira na parte de trás da sua caminhoneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da caminhoneta um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. 

Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças. 

Por fim os nazistas apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas, braços e prenderam-na brutalmente.   

Os nazis souberam dessas atividades e em 20 de Outubro de 1943 ; Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada . Num colchão de palha encontrou uma pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: “Jesus, em Vós confio ”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.

Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os 
ossos dospés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, umsoldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.


Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim. 

Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adotivos. 

No ano passado foi proposta para receber o Prêmio Nobel da Paz... mas não foi selecionada. Quem o recebeu foi Al Gore por uns dispositivos sobre o Aquecimento Global.

Não permitamos que alguma vez esta Senhora seja esquecida!!  



Estou transportando o meu grão de areia, reenviando esta mensagem. Espero que faças o mesmo.


Passaram já mais de 60 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Este e-mail está a se reenviando como uma cadeia comemorativa, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos e 1.900 sacerdotes católicos que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados com os povos da Alemanha e Rússia olhando para o outro lado. 
Agora, mais do que nunca, com o Iraque, Irã e outros proclamando que O Holocausto é um mito, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça. 
A intenção deste e-mail é chegar a 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
Une-te a nós e sê mais um elo desta cadeia comemorativa e ajuda a distribuí-la por todo o mundo..
 

 
"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade." - Irena Sendler
 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Profecias de Chico Xavier - FE

(...) Assim, tive a felicidade de conviver na intimidade com Chico Xavier, dialogando com ele vezes sem conta, madrugada a dentro, sobre variados assuntos de nossos interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus.
Um desses temas foi em relação ao Apocalipse, do Novo Testamento. (...) Desde então, Chico tinha sempre uma ou outra palavra esclarecedora sobre o assunto. Numa dessas conversas, lembrando o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo espírito Humberto de Campos, Lemos Neto externou ao Chico sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar nos escândalos de corrupção e no atraso cultural.
Lembro-me, como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: “Ora, Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e necessitados de toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve servir de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade gloriosa!”
Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: “Você se lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de nosso benfeitor, no capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo.
Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreuEla se deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra. Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última chance de progresso moral.
O curioso é que nós vamos reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora”.
Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier, perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu: “Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período.
Algumas potências angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bem convívio e da fraternidade, evitando uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e cultas!”
Perguntei, então ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu: “Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então inimagináveis ao nosso atual estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso planeta.”
Então perguntei a ele: Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra Mundial, uma guerra nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis) consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito tempo extintos; enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os pólos do globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente inabitável todo o Hemisfério Norte de nosso globo terrestre.”
Segundo o médium, “em todas as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural, política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobras uma das maiores empresas do mundo”.
E prosseguiu Chico: “O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, e isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se se situa o Brasil, que então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual perante os povos migrantes.
A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu esplendor de conquistas científicas e orais, porque seria necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais básicos.”
Pergunta Marlene Nobre pela Folha Espírita - Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam pacíficos? Geraldo - Infelizmente não. Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a “mano militare”, não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e amor.
Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: “Nosso Brasil como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Golias e ao Distrito Federal. Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores.
Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que, mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com Jesus”.
FE: O Brasil, embora sofrendo o impacto moral dessa ocupação estrangeira, estaria imune aos movimentos telúricos da Terra? Geraldinho – Infelizmente, não. Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras. Acontece que de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do planeta.
FE - Você também crê que a ida do homem à Lua, em julho de 1969, tenha precipitado de certa forma a preocupação com as conquistas científicas dos humanos, que poderiam colocar em risco o equilíbrio do Sistema Solar?
Geraldinho – sim, creio que a revelação de Chico Xavier a respeito traz, nas entrelinhas, essa preocupação celeste quanto às possíveis interferências dos humanos terráqueos nos destinos do equilíbrio planetário em nosso Sistema Solar. Pelo que Chico Xavier falou, alguns dos seres angélicos de outros orbes planetários não estariam dispostos a nos dar mais este prazo de 50 anos, que vencerá daqui a apenas oito anos, temerosos talvez de nossas nefastas e perniciosas influências. Essa última hora bem que poderia ser por nós considerada como a última bênção misericordiosa de Jesus Cristo em nosso favor, uma vez que, pela explicação de Chico Xavier, foi ele, Nosso Senhor, quem advogou em favor de nossa causa, ainda mais vez mais.
Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã, os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra. Reencarnar aqui, a partir dessa data equivaleria a um valioso prêmio justo, destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que souberam amealhar, no transcurso de múltiplas reencarnações, conquistas espirituais relevantes como a mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre povos e nações. Insere-se dentro dessa programação de ordem superior a própria reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Chico informou a variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000. Certamente, Emmanuel, reencarnado aqui no coração do Brasil, haverá de desempenhar significativo papel na evolução espiritual de nosso orbe.
Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal, seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos renitentes estariam sendo degredados. Segundo ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom.
É a nossa última chance, é a última hora... Não há mais tempo para o materialismo. Não há mais tempo para ilusões ou enganos imediatistas. Ou seguiremos com a Luz que efetivamente buscarmos, ou nos afundaremos nas sombras de nossa própria ignorância. Que será de nós? A resposta está em nosso livre-arbítrio, individual e coletivo. É A nossa escolha de hoje que vai gerar o nosso destino. Poderemos optar pelo melhor caminho, o da fraternidade, da sabedoria e do amor, e a regeneração chegará para nós de forma brilhante a partir de 2019; ou poderemos simplesmente escolher o caminho do sofrimento e da dor e, neste caso infeliz, teremos um longo período de reconstrução que poderá durar mais de mil anos, segundo Chico Xavier. Entretanto, sejamos otimistas. Lembremo-nos que deste período de 50 anos já se passaram 42 anos em que as nações mais desenvolvidas e responsáveis do planeta conseguiram se suportar umas às outras sem se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. Essa era a pré-condição imposta por Jesus.
Não estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento. Estamos diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à nossa casa planetária, aqui na Terra. Temos diante de nós dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará a mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminho do ódio e da ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na reconstrução material e espiritual de nossas coletividades. Tudo virá de acordo com nossas escolhas de agora, individuais e coletivas. Oremos muito.
O próprio Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro nos diz que as profecias são reveladas aos homens para nãoserem cumpridas. São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho.

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